Nesta coluna tenho cuidado de valorizar os profetas – que chamo de conhecedores tradicionais – e discutir como podemos recuperar o tipo de conhecimento que eles possuem, em nosso no dia a dia.
Estou preocupado também em entender o estranho fato de que tal conhecimento, tão importante na história da comunidade em Carnaúba dos Dantas, esteja ausente das suas escolas. Proponho ainda formas para fazermos com que aqueles conhecedores possam ser professores – dos alunos e dos professores nas escolas – e fazermos com que aqueles conhecimentos ganhem significado novamente em nossas vidas.
Por que anseio por isto? Porque aquelas são pessoas com quem podemos conviver em um aprendizado muito prazeroso para ambas as partes e porque aquelas são formas de conhecimento vitais para se enxergar as coisas do mundo segundo uma perspectiva mais humana e necessária atualmente. São saberes que costumam trazer em si bem mais sabedoria do que muito saber científico, porque este último tipo de saber é construído segundo critérios que terminam por excluir coisas essenciais da vida.
Precisamos recuperar uma visão de mundo que reintegre o que importa à vida. Os profetas podem nos ensinar a fazer isto. Precisamos ir beber na fonte, com eles, as últimas pessoas vivas que ainda conhecem um jeito diferente de saber, um saber crucial para se manter a diversidade de sabedorias necessárias para nossa saúde e uma vida comunitária solidária.
Para se conseguir este tipo de benefício, porém, é preciso enxergar os conhecimentos tradicionais desde sua perspectiva própria. É comum se pensar que esse tipo de saber é etapa rudimentar de um saber que, quando estudado pela ciência, aí sim, será “mais correto”. Não é nada disso.
Há diversos tipos de conhecimento. A ciência é só um tipo; não é o melhor que o ser humano pode fazer em termos do conhecer. Embora se costuma ouvir que ela é o máximo da conquista humana. Não é verdade.
A ciência, como a entendemos hoje, se desenvolveu no Ocidente. Então, para a cultura ocidental – principalmente a cultura urbana, das grandes metrópoles – a ciência representa uma importante conquista. E certamente ela pode trazer benefícios às pessoas em geral, e deve-se lançar mão dela também. Mas não é ela necessariamente que vai trazer os maiores benefícios sempre, em quaisquer circunstâncias, culturas ou situações.
Por isto, não caia na armadilha de achar, por exemplo, que as previsões do tempo dos profetas são uma fase primitiva do que vai culminar no “saber correto” da meteorologia, ou que as indicações de usos de plantas medicinais dos profetas vão ficar confiáveis mesmo quando forem estudadas pelo “saber correto” da farmacologia. Este tipo de visão é muito comum, mas representa um equívoco e presunção enormes.
O saber tradicional é fruto de outro sistema de conhecimento, igualmente válido e legítimo. Ele não é meio caminho para se chegar a algo “mais verdadeiro”. Evite cometer esse engano. E contribua para levarmos os profetas para ensinarem nas nossas escolas.
Estou preocupado também em entender o estranho fato de que tal conhecimento, tão importante na história da comunidade em Carnaúba dos Dantas, esteja ausente das suas escolas. Proponho ainda formas para fazermos com que aqueles conhecedores possam ser professores – dos alunos e dos professores nas escolas – e fazermos com que aqueles conhecimentos ganhem significado novamente em nossas vidas.
Por que anseio por isto? Porque aquelas são pessoas com quem podemos conviver em um aprendizado muito prazeroso para ambas as partes e porque aquelas são formas de conhecimento vitais para se enxergar as coisas do mundo segundo uma perspectiva mais humana e necessária atualmente. São saberes que costumam trazer em si bem mais sabedoria do que muito saber científico, porque este último tipo de saber é construído segundo critérios que terminam por excluir coisas essenciais da vida.
Precisamos recuperar uma visão de mundo que reintegre o que importa à vida. Os profetas podem nos ensinar a fazer isto. Precisamos ir beber na fonte, com eles, as últimas pessoas vivas que ainda conhecem um jeito diferente de saber, um saber crucial para se manter a diversidade de sabedorias necessárias para nossa saúde e uma vida comunitária solidária.
Para se conseguir este tipo de benefício, porém, é preciso enxergar os conhecimentos tradicionais desde sua perspectiva própria. É comum se pensar que esse tipo de saber é etapa rudimentar de um saber que, quando estudado pela ciência, aí sim, será “mais correto”. Não é nada disso.
Há diversos tipos de conhecimento. A ciência é só um tipo; não é o melhor que o ser humano pode fazer em termos do conhecer. Embora se costuma ouvir que ela é o máximo da conquista humana. Não é verdade.
A ciência, como a entendemos hoje, se desenvolveu no Ocidente. Então, para a cultura ocidental – principalmente a cultura urbana, das grandes metrópoles – a ciência representa uma importante conquista. E certamente ela pode trazer benefícios às pessoas em geral, e deve-se lançar mão dela também. Mas não é ela necessariamente que vai trazer os maiores benefícios sempre, em quaisquer circunstâncias, culturas ou situações.
Por isto, não caia na armadilha de achar, por exemplo, que as previsões do tempo dos profetas são uma fase primitiva do que vai culminar no “saber correto” da meteorologia, ou que as indicações de usos de plantas medicinais dos profetas vão ficar confiáveis mesmo quando forem estudadas pelo “saber correto” da farmacologia. Este tipo de visão é muito comum, mas representa um equívoco e presunção enormes.
O saber tradicional é fruto de outro sistema de conhecimento, igualmente válido e legítimo. Ele não é meio caminho para se chegar a algo “mais verdadeiro”. Evite cometer esse engano. E contribua para levarmos os profetas para ensinarem nas nossas escolas.
AUTOR: LUIZ CARLOS JAFELICE
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