O Índice de Educação Básica (Ideb) foi criado pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), em 2007, no âmbito do Plano de Desenvolvimento da Educação para medir a qualidade de ensino no território nacional. É avaliado a cada dois anos, em uma escala de zero a dez. a meta é alcançar o índice 6, o mesmo resultado obtido pelos países da OCDE (Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico).
O
Ideb, começou a ser calculado a partir de 2005, e sintetiza dois conceitos
igualmente importantes para a qualidade da educação: aprovação e média de
desempenho dos estudantes em língua portuguesa e matemática. O indicador é
calculado a partir dos dados sobre aprovação escolar, obtidos no Censo Escolar
e médias de desempenho nas avaliações do Inep, do Saeb (Sistema Nacional de
Avaliação da Educação Básica) e da Prova Brasil.
A
série histórica dos resultados do Ideb se inicia a partir de onde foram
estabelecidas metas bienais de qualidade a serem atingidas, não apenas pelo
País, mas também, por escolas, municípios e unidades da Federação.
O
resultado do Ideb 2011, no país, constatou que o Brasil apresentou um resultado
de 5.0, segundo os cálculos divulgados. Isso foi motivo de comemoração por
parte dos governantes, onde falam “estamos avançando”.
Porém,
se formos analisar realmente esse resultado, veremos que ele não mostra a
realidade do ensino público, pois o que vemos nas escolas não é o que o
resultado apresenta.
As
escolas estão sucateadas, os professores são mal remunerados, os governantes
não dão condições necessárias para que os profissionais da educação possam
exercer sua profissão, apesar dos mesmos se esforçarem para o bom desempenho
dos alunos. A evasão escolar é enorme, pois muitos alunos vão para a escola
simplesmente pelo fato da merenda escolar, já que a grande maioria não têm
alimentação nas suas casas e, na maioria das vezes, os governos desviam as
verbas destinadas à merenda escolar ou, até mesmo, adquirem merenda estragada e
de péssima qualidade para as escolas.
Muitos
administradores desviam o dinheiro do Fundeb (Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica e da Valorização dos Profissionais da
Educação) para outros setores, deixando de pagar o piso nacional da categoria
aos professores.
Sem
contar no quesito que se refere à aprovação escolar, visto que nas séries
iniciais, o aluno não pode ser reprovado. Há também a questão da quantidade,
pois as escolas recebem verba do Ministério da Educação de acordo com o número
de alunos matriculados, o que fazem com que as salas tenham um número elevado
de alunos, mesmo que elas não suportem a quantidade estipuladas.
Há
também a questão da falta de professores, onde, segundo um estudo feito pelo
próprio Ministério da Educação, cerca de 50% das escolas públicas do país estão
carente de professores.
Portanto,
é assim que devemos comemorar a evolução da educação brasileira? Antes de comemorarmos,
o Brasil precisa, e muito, investir realmente na educação, para, assim,
dizermos “Agora realmente estamos avançando”.
Professor
Marciano Dantas – Natal/RN.
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