29 de outubro de 2010

PINHA: A ARTE DE FAZER O CHOURIÇO


“A preparação do doce requer tempo e sabedoria, uma vez que seu cozimento é lento e gradual: chega a durar até seis horas. Trata-se de uma mistura equilibrada de sangue, banha de porco, garapa ou mel de rapadura, castanha de caju assada e moída, leite de coco, farinha de mandioca e algumas especiarias como cravo, canela, gengibre e erva-doce.

O sangue é inicialmente misturado ao leite de coco num tacho de cobre, a uma parte da garapa, à farinha de mandioca, à castanha e uma parte das especiarias. A chouriceira mexe com a mão a mistura de cor avermelhada com cuidado para “desemboloá-la”.

Depois é que o resultado dessa mistura levado ao fogo (trempe) onde será cozida e mexida gradativamente até “chegar ao ponto”. A partir do início da fervura, é contado o tempo de cozimento, que pode durar até seis horas.

O chouriço vai ao fogo contendo uma grande quantidade de ingredientes, tais como: farinha de mandioca, leite de coco, castanha moída, sangue, banha e temperos. O restante dos ingredientes vai sendo colocado aos poucos, exceto uma parte das especiarias e das castanhas, que é acrescida quando o chouriço está quase no “ponto”. A tarefa de mexer o chouriço deve ser contínua. É árdua e é entregue a um ‘mexedor’ e a alguns ajudantes responsáveis, dispostos e cuidadosos para não deixarem o doce pegar no fundo do tacho, nem “emboloar”. Mesmo assim, a tarefa é dividida entre quase todos os homens que participam da festa. A chouriceira sempre recebe a ajuda de amigos (as) que também têm experiências na feitura do doce.

Um comentário:

Anônimo disse...

Massa demais! Ainda bem que existem pessoas que conseguem manter a tradição no nosso querido seridó. Preocupo-me, pois os jovens esqueceram as nossas tradições (de aprender a fazer chouriço e buchada). Vamos reavivar isso na memória dos carnaubenses. Parabéns Pinha e continue com a chouriçada.