As principais soluções tecnológicas para o
setor serão discutidas no Seminário da Indústria de Cerâmica Vermelha no
Seridó. O evento ocorre no em Parelhas na quinta-feira (31).
A instalação
de tetos móveis nos fornos das indústrias que fabricam os produtos cerâmicos
traz benefícios. As estruturas tanto podem servir para aquecer fornos vizinhos
quanto para secar telhas. Já a utilização do ar pressurizado otimiza a
combustão da lenha, enquanto a mistura de serragem com argila proporciona uma
economia de até 20% para as fábricas. Essas são algumas das soluções capazes de
aumentar a produção de peças com qualidade e, principalmente, de minimizar o
consumo de lenha. As alternativas e inovações tecnológicas para tornar a
indústria ceramista mais competitiva de forma sustentável entram em debate na
próxima quinta-feira (31), em Parelhas, durante o Seminário da Indústria de
Cerâmica Vermelha no Seridó.
No Rio Grande do Norte, existem 186 empresas nesse setor em atividades, 53%
delas estão no Seridó, região que apresenta forte tendência ao processo de
desertificação em função dos desmatamentos. “Esse evento é importante porque,
nessa região, estão concentradas as cerâmicas com os menores índices de adoção
da tecnologia no processo produtivo. Queremos mudar esse quadro, levando
informação e capacitação”, explica a gestora do projeto da Cerâmica Vermelha no
Sebrae-RN, Luana Betícia Oliveira.
A gestora refere-se aos empreendimentos que ainda mantêm fornos caipiras,
aqueles mais rudimentares e que consomem mais lenha. As estruturas ainda
persistem devido aos custos. Enquanto a implantação do forno redondo custa
cerca de R$ 80 mil, o caipira requer um investimento bem menor, R$ 30 mil.
Porém, há um preço a pagar pela adoção dessa tecnologia primitiva. Apenas 2%
das telhas produzidas nesses fornos são de boa qualidade e o percentual de
telhas quebradas e com defeitos pode chegar a até 20%. Em fornos de melhor
qualidade, os produtos de primeira linha margeiam 15%.
Dados como esses, que relacionam eficiência e custos, serão apresentados pelo
representante do INT, Mauricio Henrique, que integra o programa de Eficiência
Energética em Ladrilleras (EELA), que, em português, significa ‘Eficiência
Energética em Cerâmicas de Pequeno Porte’. O programa é todo custeado pelo
governo suíço, através da Swiss Foundation for TechnicalCooperation
(SwissContact), e envolve sete países da América Latina: Argentina, Bolívia,
Brasil, Colômbia, Equador, México e Peru.
A ideia do seminário é estimular o desenvolvimento das empresas de pequeno
porte que são produtoras de cerâmica vermelha e que estão em estágio
tecnológico pouco avançado, além de contribuir para a implantação de práticas
ambientalmente sustentáveis, visando a redução das emissões de gás carbônico. O
consultor do EELA, Jorge Luiz Guadalupe, abordará esse assunto em palestra,
apresentando os projetos e mercados de carbono.
Já as
inovações tecnológicas que podem ser aplicadas no processo produtivo da
cerâmica vermelha serão apresentadas pelo consultor da Escola SENAI Mário
Amato, Amando Alves de Oliveira. Na programação do seminário, estão também
palestras que tratam de problemáticas vividas pela cadeia produtiva, como é o
caso do controle das emissões atmosféricas, da legalização florestal para as
cerâmicas e do licenciamento ambiental na atividade. A parte de financiamento
para o setor também terá um destaque na programação. Três palestras abordam
temas ligados às linhas de crédito disponíveis.
O evento, que
será realizado na sede da AABB, é uma iniciativa do SEBRAE no Rio Grande do
Norte e do Instituto Nacional de Tecnologia (INT), com o apoio do SENAI-RN,
Banco do Brasil, Associação dos Ceramistas do Vale Carnaúba (ACVC), Associação
dos Ceramistas do Seridó (ACESE), Sindicato da Indústria de Cerâmica para a
Construção do RN (Sindicer) e prefeitura de Parelhas.
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